segunda-feira, 18 de abril de 2011

Radionovelas


Radionovelas

Desde os anos 30 já se ouvia dramatizações nas rádios, que eram denominadas Radionovelas.

Rádios como a paulista Record ou as cariocas Myrink Veiga e Nacional, possuíam os seus grandes programas de radioteatro, mas o gênero começaria a ser um sucesso de grandes proporções apenas às 09h30 do dia 1º de junho de 1941, com a primeira radionovela transmitida no país, Em Busca da Felicidade. Foram 284 capítulos em quase dois anos. As transmissões eram sempre nas manhãs de segunda, quarta e sexta-feira.

Com o sucesso da radionovela, a Colgate-Palmolive projetou veiculação para alavancar as vendas do creme dental na indústria norte-americana.

A primeira radionovela brasileira foi Fatalidade, na rádio de São Paulo. A produção da emissora paulistana era baseada em uma série de cenas românticas, temática comum ao gênero.

As radionovelas tinham por característica um enredo simples e relevante conservador. O sucesso das radionovelas foi gradativo, com o tempo passou a ser transmitida nos três turnos do dia. Em 1945, a Nacional transmitia diariamente 14 produções.




O American Way of Life nas Ondas da Nacional

Desde da década de 30, grandes agências norte-americana já atuavam no Brasil, como Walter Thompson. O rádio aparecia como um meio mais adequado de veiculação publicitaria. Os anúncios eram em formatos de textos ou jingles e os principais anunciantes usavam técnicas comuns na época nos Estados Unidos.

Temos como exemplo, o repórter Esso, onde o nome do produto aparece associado ao progama. Outro exemplo é o creme dental Colgate que aparecia como patrocinador do programa Em Busca da Felicidade, cujos rótulos davam direito a foto do artísta. Um outro progama é o Um Milhão de Melodias, o qual lançou o rerigerante Coca-Cola.

O progama Um Milhao de Melodias é um grande exemplo do processo de americanizado. A sua estrutura seguia a dos musicais de rádio norte-americano. Para cada número musical, brasileiro ou americano, preparava-se arranjos especiais, por exemplo: “- Senhoras e senhores! Boa noite! Cola-Cola, a bebida de todas as estações , tem a grande satisfação de lhes oferecer o segundo progama da série: Um milhão de melodias…”

Nasce o Radiojornalismo // O Império de Assis Chateaubriand


O radiojornalismo ganha notoriedade no período da 2ª G.M. com patricínio da Esso Brasileira de Petróleo criando o noticiário Repórter Esso que era transmitido de segunda à sábado tendo cinco edições diárias.

Com bastante influência dos formatos dos Estados Unidos o Repórter Esso ganhou tanta credibilidade que funcionava como um noticiário de plantão, chegando a interromper programações para transmitir qualquer notícia considerada relevante e de alta necessidade.

Mesmo pós-guerra o noticiário continuou pois já havia conquistado o público e um dos ápices do radiojornalismo foi quando o locutor Leo Batista anunciou o suicídio do atual presidente do Brasil, Getúlio Vargas.

Em 1962, o noticiário ganha dimensão nacional quando é transferido para a emissora Globo, propriedade de Roberto Marinho. Seis anos depois, em 1968 seria transmitida a última edição do Repórter Esso, onde Roberto Figueiredo se despede dos ouvintes com uma retrospectiva dos principais acontecimentos que já passaram pelas transmissões do noticiário desde 1941.






As duas faces da moeda. Assis Chateaubriand, mal visto por uns, ícone para outros.

Seu império era composto por diversas associações e compromissos políticos, agregando os mais importantes veículos e jornais da época.

Além da radiodifusão, Chatô, assim conhecido, iniciou as transmissões regulares na televisão. Por ser um novo veículo não causou tanto impacto de imediato ao já consolidado rádio. Nesse período somou-se ao poder do rádio a notícia do suicídio de Getúlio Vargas ondea associaram a oposição de Chatô como um dos causadores da morte de Getúlio, como se a pressão do rádio e da comunicação de massas tivesse feito o ex-ditador ver a morte como única saída.

O povo se revolta e incendeia carros e destrói estações de rádio componentes do conglomerado de Chatô, gerando um prejuízo de cinco milhões de dólares na época. Mesmo assim sobrevive aos ataques, porém começa a declinar lentamente em 1960, quando Assis Chateaubriand descobre sofrer de uma trombose cerebral, 8 anos depois Chatô falece.

A crise acelera e gradativamente várias empresas de Chatô e suas associadas vão se definhando vindo a torna-se menos de um terço do que representava em seu apogeu.





José Lucinério Pimentel Filho

O Apogeu




  • Introdução

O apogeu do rádio inicia-se quando o Estado Novo aproxima-se do EUA, país o qual inspirava muito os profissionais brasileiro da área de rádio devido sua programação radiofônica de ondas curtas. As relações entre Brasil e Estados Unidos foram se estreitando e durante a oitava conferência Pan Americana, em Lima onde foram oferecidos empréstimos para que o Brasil pudesse saldar suas dívidas com os ingleses e franceses, além de 50 milhões em produtos norte americanos , ou seja, havia uma certa "ajuda" e isso resultou em facilidades na entrada de empreendedores no Brasil, laços econômicos foram rompidos e a América Latina e a Alemanha nazista se tornam mais presente e difundem mais seu poder econômico. Um ano após a conferência de Havana os EUA lança sua política de boa vizinhança a partir daí a uma maior influência e penetração cultural norte americana. Tomando como bases tais contecimentos o rádio passa a viver sua época de ouro, com programação voltada para o entretenimento, predominando programas de auditório, radionovelas e humorísticos, com o tempo a cobertura esportiva ganha seu espaço e o radio jornalismo cresce quando o país se envolve na Segunda Guerra Mundial, nesse momento o rádio passa a ser o principal veículo de informação dos brasileiros e adquire uma audiência massiva, tornando-se no início dos anos 50 a primeira expressão das indústrias culturais no Brasil.



A Rádio Nacional começa a se transformar no primeiro fenômeno de indústria de radiofusão na década de 40, quando o Estado Novo determina a encapação do grupo o qual ela fazia parte, foi usado o argumento de uma dívida de 3 milhões de libras esterlinas, divída a qual o próprio presidente havia deixado de lado e agora por interesses fazia uso para seu benefício. Todos os patrimônios inclusive a rádio passa a ser da União, ou seja, do governo. Como registra Sérgio Cabral, após o decreto Getúlio Vargas passa a controlar o jornal de maior circulação na capitão federal, A noite, e aquela que com o tempo se tornaria a principal rádio do país. A Nacional começou a trilhar sua história em rumo a liderança de audiência em 1940, Dóris Fagundes explicava o sucesso da rádio a partir da dupla situação, a de pertencer ao governo, mas ser regida de forma comercial, pois a rádio era rica em publicidade e o dinheiro era reinvestido na própia rádio nacional, garantindo assim uma programação rica e que conquistava o público. A rádio começa um caminho de conquista do mercado, contrata todo o Elenco Musical da Mayrink Veiga que era uma rádio carioca que fez muito sucesso nos anos 30, sendo considerada um reduto de novos talentos, a patir dessa contratação o faturamento cresceu ano a ano em 1956 mútiplicou seu valor cem vezes se comparado com 1936, além dos faturamentos diversos acontecimentos ao longo do período de liderança da Nacional atestam sua penetração junto aos ouvintes, um dos acontecimentos marcantes foi o de um boeing que após atravessar a floresta amazônica apresenta problemas elétricos e o piloto fica sem condições de localizar o campo de pouso, quando a informação repassada pelo comandante chega ao oficial da Base Aérea ele contata a Rádio Nacional e minutos depois a mesma transmite uma mensagem aos moradores da região onde o avião se encontrava, pedindo que todos se dirigissem com seus automóveis para o aeroporto a fim de iluminar a pista de pouso. A mensagem teve grande repercussão e pouco tempo depois o avião aterrisou na pista de pouco iluminada pelos fárois dos automóveis. Fatos como esse comprovam o poder da Rádio Nacional no território brasileiro, constituindo-se como um elemento de grande relevância na opinião pública.



quinta-feira, 14 de abril de 2011

A rádio Sociedade do Rio de Janeiro:


A primeira emissora de rádio foi inaugurada dia 20 de abril de 1923, liderado por Roquette-pinto, usando equipamentos emprestados pelo governo na Praia Vermelha, usavam os transmissores durante uma hora por dia, porém somente no dia 1º de maio a rádio passa a fazer transmissões para a população, porém começando de forma extremamente precária. Somente em outubro as transmissões começaram a se organizar, com números infantis, conferências literárias, artísticas e científicas, música vocal e instrumental, todos voltados para o enriquecimento da cultura de seus ouvintes.

Roquete Pinto

Roquette-pinto definia o rádio da seguinte maneira: “ O rádio é o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o animador de novas esperanças; o consolador do enfermo; o guia dos sãos, desde que o realizem com espírito altruísta e elevado”. Essa ideologia de elevação da cultura e de modernização trazida com a implantação do rádio teve muitas repercussões no contexto sócio-econômico, o Brasil estava se voltando cada vez mais para o consumo e o lazer.

Podemos observar que vários acontecimentos importantes impulsionaram o país por meio dessa ideologia: greves, sindicalismo decorrente do grande número de indústrias que surgiam, a modernização urbana do Rio de Janeiro que era a capital do país, conclusão de diversas obras, a chegada da Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo, trazendo vários parâmetros culturais diferentes em artes como pinturas, esculturas e literatura brasileira.

Essa vontade de modernizar o país e transformá-lo em um lugar melhor também teve impactos políticos e militares, no dia 5 de julho de 1922 o tenentismo surge com a insatisfação dos militares em meio à corrupção do sistema de oligarquias. Diante de tantas revoltas decorrentes e movimentos operários e a urbanização dos grandes centros comerciais, a rádio sociedade do rio de janeiro faz as transmissões das mudanças provocadas pelos mesmos ideais modernistas que inspiraram a sua implantação.

Infelizmente, a rádio começa a perceber seus prejuízos, afinal o público ouvinte de suas transmissões eram membros da elite, ou seja, os gastos dos equipamentos era caro demais e os programas não despertavam muito o interesse de camadas sociais mais baixas, ou seja da grande maioria da população. Foi somente na metade dos anos 20 que as pessoas acabaram despertando para o lucro que poderia receber ao permitir um espaço para anúncios publicitários, com isso a Rádio Clube do Brasil, fundada em 1º de junho de 1924 foi a primeira a ter autorização para a publicidade. Com ela também surgem programistas e comunicadores e transmitir músicas populares ganhando muito mais a atenção da população e alcançando uma grande diversidade de ouvintes de todas as camadas da sociedade.


A exposição Internacional do Rio de Janeiro:


A primeira demonstração pública de radiofusão no Brasil aconteceu no dia 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro que comemorava o centenário da independência em uma exposição internacional promovida pela Westinghouse, empresa norte-americana que tinha interesses capitalistas ao tentar despertar o interesse dos brasileiros pela rádiotransmissão.

Foram transmitidos discursos do presidente Epitácio Pessoa e alguns trechos de O guarani, apresentado no Teatro Municipal, os auto-falantes eram os responsáveis pela transmissão para o público, além de 80 receptores que foram distribuídos pela empresa para militares e autoridades civis, porém os sons da transmissão também foram capitados por outros estados.

Sim, a Westinghouse havia alcançado seus objetivos e encantado o Brasil com o novo sistema de transmissão, uma grande “novidade” em relação ao telégrafo, e foi com Edgard Roquette-Pinto, considerado o pai do rádio brasileiro que um ano mais tarde surge a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.

Graças à necessidade de expandir novos mercados dos norte-americanos e o grande sucesso nas transmissões da exposição internacional do Rio, o rádio passa a ser o importante meio de comunicação e de propagação da cultura, entretenimento, sociedade e notícias que conhecemos hoje, mas é claro que ele teve um longo caminho até chegar a esse ponto, contudo podemos observar com esse texto o sucesso da sua implantação.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

ORIGENS DA RADIODIFUSÃO III

O Surgimento do Rádio

Em 1916, nos Estados Unidos, David Sarnoff sugere uma utilização da tecnologia existente para a conformação de um novo produto à diretoria da empresa no qual o rádio como veículo de comunicação de massa é descrito. Anos depois, com a companhia já transformada na Rádio Corporation IF América (RCA), ele apresenta novamente a idéia sem sucesso.

O vice-presidente se deu conta da popularidade das transmissões de Conrad refletida na venda de aparelhos receptores. Dessa maneira, convence a empresa a criar a KDKA, a primeira emissora de rádio. Em 1920, começou as transmissões da KDKA na cidade de Pittsburgh.

O rádio nos estados unidos

Henry H. C. Dunwoody desenvolveu um receptor simples e de fácil fabricação que se difundiria rapidamente. Esse tipo de receptor seria a alternativa barata aos caros aparelhos produzidos industrialmente. Durante a Primeira Guerra Mundial a produção cresceu bastante, mas por falta de demanda corria riscos. A radiodifusão sonora aparece como a saída mais econômica viavelmente.

Nos Estados Unidos foram anos de pesquisas, tentativas e aprimoramentos até Lee Forest instalar a primeira "estação-estúdio" de radiodifusão, em Nova Iorque, no ano de 1916. Aconteceu então o primeiro programa de rádio, que se tem notícia. Ele tinha conferências, música de câmara e gravações. Surgiu também o primeiro registro de radiojornalismo, com a transmissão das apurações eleitorais para a presidência dos Estados Unidos.

O rádio no mundo

Nas primeiras duas décadas do século 20, espalhou-se no mundo uma evidente divisão dos três ramos da comunicação. São elas, a radiotelegrafia, a radiotelefonia e a radiodifusão. British Broadcasting Company foi um dos marcos do rádio mundial nos meados dos anos 20

A radiodifusão, em destaque, é a emissão e a recepção de programas informativos e de entretenimento, por meio de ondas eletromagnéticas entre o ponto de transmissão determinado (a emissora de rádio) e diversos pontos não determinados onde estão os ouvintes e o seu progresso era mais avançado nos Estados Unidos.

ORIGENS DA RADIODIFUSÃO II


O trabalho de Roberto Landell de Moura

Na época em que eram realizados estudos na Europa e na América do Norte, o Padre brasileiro Roberto obtinha resultados em seus experimentos. Entre 1893 e 1894 aconteceram as suas primeiras experiências com transmissão e recepção de sons por meio de ondas eletromagnéticas.

Ernani Fornari chegou a registrar o desenvolvimento pelo Padre de uma lâmpada de três eletrodos, mas outros estudiosos foram contra. Landell recorreu ao governo, e logo a frente dois dos seus aparelhos chamaram a atenção. Eram o Anematofono – sem fio, obtém-se todos os efeitos da telefonia comum, funcionando com o vento e mau tempo; Teletiton – sorte de telegrafia fonética, duas pessoas conseguem se comunicar a grandes distancias e sem fio. Os dois aparelhos em questão remetem à Radiotelefonia e à Radiotelegrafia. Em 1904 ele criou novos projetos dignos de créditos; reconhecidos pelo Governo dos EUA.

A transmissão de som sem a utilização de fios

No inicio do século, os pesquisadores enfrentam uma grande problema para a transmissão de sons sem o uso de fios. A voz humana necessita de certa estabilidade no fluxo das ondas eletromagnéticas somente obtidas em 1906, quando o Lee DeForest desenvolve o triodo ou válvula amplificadora que aumenta as características do sinal, estabilizando-o.

A primeira transmissão comprovada e eficiente ocorreu no dia 24 de Dezembro de 1906, usando um alternador desenvolvido por Ernest Alexanderson, Reginald A. Fessenden transmitiu o som de um violino de trechos da Bíblia e de uma gravação fonográfica. Da estação em Brant Rock, Massachussetts, as emissões foram ouvidas em diversos navios na costa norte-americana. Entre outras palavras, Fessenden desenvolveu a estrutura básica do processo de transmissão em amplitude modulada. Em dezembro de 1900 ele já teria conseguido transmitir a voz humana.


ORIGENS DA RADIODIFUSÃO I

Primeiras experiências com Transmissão de som

O desenvolvimento da radiodifusão sonora implica no desenvolvimento da tecnologia que permitisse a transmissão, sem fios, de sons a distância e a utilização desses avanços técnicos em um meio de comunicação de massa. Em 1830 o rádio começa a se desenvolver através do seu principal inventor Guglielmo Marconi.

Ondas eletromagnéticas

As pesquisas sobre eletricidade ocorreram junto ao desenvolvimento do telégrafo e do telefone. Em 1863, James Clerk Maxwell, por deduções matemáticas, demonstra que o efeito combinado da eletricidade e do magnetismo manifesta-se no espaço, originando um campo que se propaga sob forma de vibração com a velocidade da luz. Com o tempo, essa teoria foi experimentada e confirmada pelo alemão Heinrich Rudolf Hertz e as ondas ficaram conhecidas como “hertizianas”. Em 1890, Edouard Branly apresenta a academia de ciências o “coesor”, um tubo de vidro cheio de limalha de ferro, ou seja, partículas do metal que na presença de ondas hertizanas se unem, permitindo a passagem de energia elétrica. Em 1894, Oliver Lodge, usando coesores, demonstra em público a possibilidade de transmitir e receber ondas, passo fundamental para o desenvolvimento da radiotelegrafia.

Papel de Guglielmo Marconi

Marconi foi um industrial esperto e empreendedor que soube aprimorar inventos, desenvolvendo equipamentos novos e mais potentes. Mais tarde, ele começa a ampliar o raio de ação de seus aparelhos e em 1896 faz a primeira demonstração pública confirmada da radiotelegrafia. Logo depois, transmitiria sinais a uma distância de 14,5km. E em 1901, conseguiria enviar o primeiro sinal radiotelegráfico transoceânico.